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E AÍ, O QUE MANDA É O RESULTADO?

Quais são os indicadores mais importantes para avaliar uma liderança de alta performance?

Será que são mesmo “alguns” indicadores ou trata-se apenas de um único indicador?

Ninguém questiona a importância do Resultado como uma importantíssima referência em um processo de gestão de pessoas e processos. Na verdade, sem resultados expressivos e sustentáveis, nenhuma  empresa ou equipe terá sustentabilidade.

Mas, por outro lado, percebemos um tratamento profundamente diferenciado para este indicador (Resultado) quando o propósito é avaliar a capacidade de liderança de alguém.

O Resultado é tratado como “o” indicador; deixando de ser “um” indicador.

Quando tratamos o Resultado como o único indicador, corremos dois riscos. Um quando o Resultado esperado acontece (ou é superado) e outro quando o Resultado é ruim.

Quando o Resultado é ruim ou distante daquele que foi estimado, existe a tendência em julgar que todo o processo foi de baixa qualidade. Encontram-se verdadeiros especialistas em apontar os defeitos do processo de preparação. São todos muito conhecedores do assunto e das ações que deveriam ter sido realizadas para que o fracasso não acontecesse. São engenheiros de obra pronta. Depois de acontecido o problema, estimam que sabiam “o que” e “por quê” a coisa não daria certo. 

Trabalhos muito bem feitos são, muitas vezes,  ridicularizados pelas pessoas quando os Resultados acontecem abaixo do que se esperava. 

Os fracassos nas nossas empreitadas, naturais na vida de qualquer ser humano, podem ocorrer por influências que, por vezes, não temos controle. O risco é inerente a qualquer processo de liderança e preparação.

Claro que a liderança deve, mesmo depois de um mal resultado, fazer uma análise dos possíveis equívocos e aprender para as próximas experiências. Mas, jogar fora todos os méritos de um trabalho planejado, organizado e com acertos importantes, por conta da frustração em não alcançar o objetivo é, no mínimo, uma atitude negligente.

Por outro lado, a supervalorização do Resultado como indicador, pode trazer sérios problemas mesmo quando o Resultado final é encantador. Digo isso porque, em vários casos, equipes de trabalho nas empresas (de vendas por exemplo), conseguem atingir resultados excelentes em um período (mês, bimestre ou trimestre), sem necessariamente desenvolver trabalhos bem feitos. 

Na verdade, por vezes, trabalhos medíocres são “coroados” com resultados excelentes. Isso pode ocorrer porque a concorrência é muito fraca, ou porque a economia está muito favorável, ou por existir uma carência muito grande do produto ou do serviço no mercado, ou ainda por erros de clientes em suas próprias estratégias. O fato é que não é incomum perceber empresas, lideranças e equipes conseguindo resultados muito interessantes, com um trabalho pobre, sem planejamento e organização.

Mas o que aconteceria com as lideranças que conseguissem resultados muito bons mesmo com trabalhos medíocres? 
Muito provavelmente seriam valorizadas. Quem sabe, promovidas. E isso seria um belo estímulo para premiar e incentivar a mediocridade nas práticas administrativas e na gestão de pessoas e empresas. Correndo o risco de fazer essa mediocridade passar a ser o verdadeiro padrão da empresa.

É preciso entender que o respeito aos mais diferentes indicadores passa a ser essencial para um trabalho de médio e longo prazo. O foco no curto (ou curtíssimo) prazo, normalmente, nos imbeciliza quando o assunto é liderança de alto desempenho.

Que o resultado da seleção brasileira, liderada pelo Tite, seja um belo momento para refletirmos sobre o assunto...

Grande abraço e bom trabalho a todos(as)!!!